Rádio Cantareira Rádio Comunitária Cantareira

Rádio Comunitária Cantareira

Projeto de resistência pela comunicação

O que era ideia de um grupo de pessoas sonhadoras e apaixonadas pela comunicação popular com Cilto José Rosembach, José Eduardo de Souza, Claudio Trudelli (In memoriam) foi crescendo e fincando raízes nas quebradas da Brasilândia. Em 1994 diversas rodas de conversas, reuniões, partilha de ideias aconteceram entre as lideranças das comunidades, associações e grupos culturais
sobre a proposta de construir uma rádio comunitária no pedaço (Jd Vista Alegre) com objetivo de comunicar a vida do povo.

Esta proposta foi ganhado adesão de pessoas que no inicio auxiliaram a equipe fundadora e ajudaram viabilizar o projeto. Vale lembrar e destacar que nesta época o movimento de rádios comunitárias e rádios livres era vibrante e que permitiu que milhares de emissoras ocupassem o espaço no ar pelo Brasil, na sua maioria nas periferias.

A repressão por parte das forças do governo federal como Anatel e Policia Federal era dura e implacável contra os que ousavam colocar rádios no ar sem outorga. Milhares de lideranças foram presas outras processadas e equipamentos apreendidos. Mesmo em meio a este caldeirão de repressão, lideranças da região Brasilândia, tiveram coragem, ousadia e colocaram a primeira rádio comunitária no ar, FM 102,5 no dia 8 de setembro de 1995, precisamente as 18h56 minutos.

O projeto da Rádio Comunitária encantou as comunidades, recebeu apoio dos artistas e lideranças dos movimentos sociais e logo ganhou espaço e foi se firmando como uma prática de comunicação comunitária, alternativa e popular. A escolha do Nome Rádio Cantareira contou com a colaboração da comunidade. Diversos nomes foram apontados como proposta. O nome Radio Cantareira foi o mais indicado por causa da serra da Cantareira. Entre os anos de 1996, 97 e 98 a maioria das rádios comunitárias no Brasil foram silenciadas, caladas a força. A onda de perseguição foi muito forte. Por diversas vezes, lideranças, comunidades e ouvintes foram às ruas manifestar o repudio contra as ações de repressão do Governo Federal e a defesa pela democratização da comunicação e a regulamentação destas emissoras.

Depois de muita luta em 1.998 foi aprovada pelo congresso nacional a lei 9.612/98 que regulamenta o serviço de radiodifusão comunitária no Brasil. Assim que a lei foi sancionada, a Associação Cantareira, mantenedora da rádio comunitária, protocolou o pedido de regulamentação na sede do Ministério das Comunicações (Minicom) em São Paulo.

A espera foi longa. Somente em 2006, o MCS (Ministério das Comunicações) expediu o chamamento para as entidades interessadas de executar o serviço de radiodifusão comunitária em São Paulo. Toda documentação solicitada, foi entregue, porém, o processo perdurou por mais de quatro anos. Durante este período, a equipe de comunicadores da Associação Cantareira, se manteve articulada. Realizou encontros, desenvolveu um curso de comunicação com extensão do departamento de comunicação e filosofia da PUC/SP, com objetivo de capacitar os comunicadores (as), bem como elaborar e organizar a programação da emissora.

Mais tarde em 18 de julho, de 2010, portanto, 15 anos de muita luta persistência, resistência e organização a radio Cantareira conquistou a outorga, (Licença de funcionamento) A perseverança, a resistência e a coragem da equipe de comunicadores, das lideranças comunitárias, dos coletivos culturais, da diretoria da entidade e colaboradores foram decisivas na conquista e manutenção da Radio Comunitária no ar ate hoje.

A Rádio comunitária tem como missão:

    • Fortalecer a luta pela democratização da comunicação tendo como foco na comunicação comunitária, alternativa e popular;
    • Divulgar as iniciativas de ações sociais que defendem e promovem a vida;
    • Manter a prática histórica de apoio às lutas das comunidades e movimentos sociais por melhores condições de vida;
    • Continuar a denunciar as injustiças, o sofrimento e toda e qualquer forma de agressão e violação dos direitos humanos;
    • Ser um espaço permanente de comunicação das ações comunitárias, culturais, religiosas e sociais da região;
  • Capacitar jovens e lideranças em comunicação e cultura para o exercício da cidadania;

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