No ‘Amizade Aberta’, casal criador do ‘Pod Reparar’ fala sobre a comunicação digital responsável

Com a proposta de um bate-papo informal sobre temas do cotidiano, com foco na realização de mudanças a partir da educação, o casal Danilo e Nathália (casal Luczynski) iniciou neste ano o ‘Pod Reparar’ (@pod.reparar), com episódios gravados no CEU Parque Pinheirinho D’Água, por meio do programa SampaCast, da Prefeitura de São Paulo.
Em entrevista ao programa “Amizade Aberta”, em 8 de maio, apresentado por Anderson Braz, Danilo (educador ambiental e técnico veterinário) e Nathália (educadora infantil e digital) falaram sobre essa iniciativa e a comunicação digital responsável.
AS RESPONSABILIDADES DE QUEM COMUNICA
Nathalia enfatizou que o uso das tecnologias de comunicação deve envolver “ética e segurança, pois transporta às pessoas algo que acabará por impactá-las. A nossa ideia, portanto, é de conectar, trazendo nossos saberes e compartilhando saberes de outras pessoas no ‘Pod Reparar’”.
Danilo ponderou que embora ao comunicar cada um possa expressar sua própria opinião, isso não dá o direito a alguém de divulgar mentiras, propagar desinformação, algo que acaba por ser recorrente em muitos canais das mídias digitais. “Muitas vezes, isso é feito de modo pensado, para que essas pessoas acabem viralizando, para ficarem conhecidas de qualquer forma”, lamentou.
AS ATENÇÕES DE QUEM ACESSA OS CONTEÚDOS

Durante a entrevista, Nathália recomendou que todos que acessam conteúdos digitais jamais se esqueçam de alguns questionamentos básicos: “As pessoas devem começar a prestar a atenção do lugar de partida de quem está comunicando. A pessoa que está fazendo determinada comunicação fala de qual ponto? De um ponto de conhecimento? A partir de um lugar teórico e científico por meio de sua formação? A partir de suas causas, experiências?”, ponderou. “Qual propriedade determinada pessoa tem para falar de tal assunto? Qual é a intenção dela?”.
A educadora ressaltou, ainda, que os conteúdos comunicados podem alcançar um público vasto, diversificado, por isso um olhar educativo sobre eles é indispensável: “A comunicação digital também é um trabalho de educação informal. ‘Bater um papo’ faz você ‘abrir caixinhas’ na sua cabeça e vincular histórias, ensinamentos. Infelizmente, nem todos os comunicadores digitais utilizam essas ferramentas com prudência, ética e cuidado”.
Esse olhar atento deve ser ainda maior por parte dos pais. Danilo e Nathália têm duas filhas e relatam o quanto é importante o monitoramento a ser feito sobre os conteúdos aos quais crianças e adolescentes têm acesso.
“Falamos agora como mãe e como pai: ainda que haja regras para as redes sociais, sempre haverá a necessidade de uma monitoria que seja nossa. As nossa filhas acessam o digital conosco, e sempre acompanhamos, pois reparamos que falas de desenhos, por exemplo, podem influenciar determinadas atitudes. Então, perante a internet, é preciso que haja por parte dos pais um olhar mais detalhado e que prestem atenção nos conteúdos que estão sendo ditos, na linguagem usada, no que está sendo ensinado às crianças, pois elas acabam reproduzindo o que veem. O cérebro delas ainda não está suficientemente maduro para filtrar, por isso, temos de intermediar os conteúdos que assistam”, observaram Nathália e Danilo.
PROPÓSITOS DO ‘POD REPARAR’

Nathália recordou que criar conteúdos sobre assuntos cotidianos já era um desejo dela e de Danilo, mas que só foi viabilizado este ano com o ‘Pod Reparar’, que acabou sendo o primeiro podcast gravado no estúdio do programa Sampacast do CEU Parque Pinheirinho D’Água.
“O ‘Pod Reparar’ tem uma abordagem de assuntos do dia a dia com este olhar educativo, pois queremos mostrar para as pessoas que a educação está no dia a dia. E o nome vem do fato de que ‘reparar’ tem dois significados: o primeiro é de ‘observar’, ter um olhar detalhista; e outro é de ‘ajustar’ algumas atitudes”, explicou Nathália. “A gente consegue trazer qualquer detalhe da nossa vida para educar”, prosseguiu Danilo.
Nos três primeiros episódios do ‘Pod Reparar’, há diálogos entre o casal Luczynski sobre diversos temas do cotidiano. A partir do quarto episódio, participam alguns convidados. Um destes foi um grupo de educadoras que realizam um projeto de contraturno escolar aos sábados no City Jaraguá. A participação delas em um dos episódios engajou a comunidade a colaborar em uma das ações que realizaram. Tempos depois, as próprias educadoras passaram a gravar no estúdio.
“É algo bem espontâneo o que fazemos no ‘Pod Reparar’. É para nós um hobby. O impacto maior que percebemos nas entrevistas é o que pode ser promovido a partir deste momento, deste encontro, pois os saberes são compartilhados para que outras pessoas venham conhecê-los e essas experiências podem contribuir com todos”, afirmou Nathália.
Todos os conteúdos do ‘Pod Reparar’ estão no Instagram (@pod.reparar) e no YouTube (@podereparar).
A seguir, veja a íntegra da live na edição de 8 de maio do programa “Amizade Aberta”.