Ecobarreira é instalada no Parque Pinheirinho d’Água por participantes de curso ambiental
Entre 30 de outubro e 6 de dezembro, o curso Educação Ambiental para Resiliência Climática foi realizado em dois territórios da zona Norte da cidade de São Paulo: o Parque Novo Mundo, no Distrito da Vila Maria; e o Parque Pinheirinho d’Água, no Distrito do Jaraguá.
A ação foi coordenada pela Ecouniversidade – uma organização de educação ambiental que trabalha com cursos sobre resiliência climática –, em parceria com o Perifa Sustentável, com o apoio da Prefeitura de São Paulo, por meio da Umapaz, e aporte do C40 Cities, uma rede global que reúne as maiores cidades do mundo, com vistas a adotar ações urgentes contra a crise climática atual.
Na edição do programa ‘Comunidade em Foco’ de 15 de outubro, Thais Pacheco Montavani, integrante da Ecouniversidade e coordenadora pedagógica do projeto, e Polyana Ferreira Maranhão Lobo, que coordenou a iniciativa no Distrito do Jaraguá, conversaram com a comunicadora Juçara Terezinha sobre o curso, especialmente o que se realizaria no Parque Pinheirinho d’Água.

COMO FOI PENSADO O PROJETO
Thais destacou que o projeto foi pensado com a proposta de capacitar lideranças nos territórios para que sejam agentes multiplicadores dos conceitos de educação ambiental e promotores de ações concretas de resiliência climática.
“Nós entendemos que não iremos conseguir trazer educação ambiental às pessoas se esta não for territorializada. Por isso, contratamos duas educadoras do território”, contou Thais, mencionando que uma das educadoras é Suêrda Deboa, gestora cultural e ativista conhecida na região do Jaraguá.
“E fomos fazendo aproximações, como momentos de escuta, conversas com as lideranças, oficinas no território. Portanto, escutamos muito o que já existe do movimento social e ambiental, que caminham juntos, já que vivemos problemas sociais que causam problemas ambientais, a fim de desenharmos esta experiência educativa e de criação de vínculos”, detalhou Thais.

Uma das preocupações, segundo ela, foi o de tomar maior conhecimento sobre a parte hídrica do território, para entender melhor fenômenos recorrentes como os alagamentos, bem como o acúmulo de resíduos. “Buscamos saber onde passam os córregos, os rios e as bacias, as nascentes, pois existe uma dentro do parque. Entendemos como isso funciona dentro do parque, e os impactos sofridos com o processo de urbanização, como os pontos de alagamento”, complementou.
Polyana, que é moradora do Distrito do Jaraguá e que já foi do conselho gestor do Parque Pinheirinho d’Água, teve papel central em mobilizar as pessoas do território para que participassem do curso. “Ter este projeto no território é muito importante. Temos problemas com enchente, com lixo, e outros desafios no dia a dia. Portanto, trazer essas informações para a comunidade é fundamental”, disse.
Polyana reforçou que nas oficinas prévias à realização do curso foram levantados quais são os principais pontos de alagamento do território e os de acúmulo de resíduos sólidos. Estas informações serviram de base para o curso “a fim de que as pessoas saibam onde fazer o descarte correto e o que a comunidade pode fazer e não ficar aguardando somente o poder público. A gente precisa fazer a nossa parte e colaborar para que se torne um hábito das pessoas olhar para os resíduos e cuidar do nosso meio ambiente de forma correta”.
TEORIA E PRÁTICA
O curso foi composto por dez aulas, a maioria durante os dias da semana, à noite, no CEU Pinheirinho d’Água, e outras aos sábados, incluindo caminhadas interativas pelas áreas do território.
Foram tratadas temáticas como justiça climática, desenvolvimento urbano, resiliência hídrica, gestão de resíduos, horta, compostagem e a adoção de soluções baseadas na natureza (SBN), como telhados verdes, biovaletas, jardim de chuva e ecobarreiras.

O curso também capacitou os participantes para a escrita de projetos e editais a fim de consigam ter mais habilidade para fazer projetos territoriais que permitam dar continuidade às iniciativas.
No encerramento, em 6 de dezembro, foi realizado um mutirão de ação prática, implementando um dos projetos, decidido pelos próprios multiplicadores: a montagem e instalação de uma ecobarreira de resíduos no Parque Pinheirinho d’Água, usando garrafas plásticas e uma rede, que cria uma faixa flutuante que segura o lixo antes que ele avance pelo córrego.
Além disso, foram plantadas 28 árvores nativas nas margens do córrego do Parque Pinheirinho d’Água, a fim de fortalecer o solo e contribuir para a revitalização do território.

UM PROCESSO DE ATENÇÃO PERMANENTE
Thais ressaltou que as lideranças do território sempre devem se unir em prol do meio ambiente, sendo esta justamente uma das metas do curso: fazer com que as pessoas tomem ciência da realidade do território e pensem ações conjuntas.
“A formação não é sobre ‘derramar conteúdos’, mas sobre a gente se encontrar, se ouvir, aprender, aprofundar e poder construir junto o que a gente deseja desse futuro com uma resiliência climática melhor, pois estes desafios climáticos atingem a cidade de forma diferente”, assegurou Thais. “A ideia é que as pessoas que se formem sejam multiplicadoras destes saberes e que possam levá-los para a comunidade, para os conselhos, para as escolas”, completou.
Também Polyana enfatizou: “A transformação da realidade dos territórios começa a partir da gente, usando as informações que a gente já tem, atualizando os dados e formando multiplicadores para o nosso território”.
Juçara Terezinha destacou que todas as lideranças dos bairros próximos devem se engajar nas questões ambientais. Ela citou como exemplo as mobilizações crescentes em prol da instalação de um corredor verde, que deverá partir da Freguesia do Ó, passando pela Brasilândia, seguindo por Taipas, Jaraguá, Perus, Anhanguera.
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