E quando serão atendidas as demandas sobre a E.E Prof. José Barbosa de Almeida?

Localizada no número 3.260 do bairro Vila Iara, na zona Noroeste de São Paulo, a E.E Prof. José Barbosa de Almeida não está entre as com melhores indicadores da rede estadual paulista: sua nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), por exemplo, é de 5.70 nos anos iniciais e de 4.80 nos anos finais, enquanto as médias no estado são de 6.1 e 5.3, respectivamente, conforme indicadores do ano de 2021, disponibilizados no portal da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.

Entretanto, são as questões de infraestrutura que mais têm chamado a atenção da comunidade local, conforme detalhou Maurício Antonio Gonçalves, criador e mantenedor do Portal Morro Grande Vila Iara, em entrevista a Juçara Terezinha, na edição de 17 de setembro do programa ‘Comunidade em Foco’.

“Faz 6 anos que estamos buscando por melhorias para a escola. Não vemos zeladoria, conservação nem manutenção geral”, assegurou, lamentando perceber a grande diferença desta unidade escolar em relação à E.E Clodomiro Carneiro, localizada a menos de um quilômetro, e que está em boas condições de conservação e zeladoria.

PRINCIPAIS DIFICULDADES

Maurício apresentou vídeos que mostram uma grande parte do muro da escola quebrado e ainda sem reparo, e outro em que há profundas rachaduras. Também há buracos na calçada em frente à unidade escolar.

“Será que um cadeirante consegue acessar esta escola? Eu desconheço que lá tenha uma rampa de acesso? Eu sei que tem o portão e uma escada gigante”, comentou.

Dentro da escola, na parte de atividades externas, outros vídeos indicam que há sujeira, mato alto, fios decapados, muros trincados e portões quebrados.

Nos dias de chuva, a água de uma viela escorre para frente da entrada da escola.

“A gente chama a Sabesp, daí falam que a culpa é da Subprefeitura, que volta a jogar a responsabilidade para a Sabesp. E nosso bairro vai ficar por quanto tempo abandonado assim?”, indagou Maurício, assegurando que as reclamações já foram formalizadas à Secretaria da Educação, mas que providência alguma havia sido tomada até aquela data.

Diante do cenário exposto, Juçara observou que é urgente que a Secretaria da Educação de São Paulo dê maior suporte à escola, pois somente enviar as verbas de sempre não será o suficiente para resolver os problemas. Ela observou que parece haver uma lógica de precarizar algumas escolas no estado para que, posteriormente, se apresente como solução viável sua privatização. “Será que é esta a estratégia da Secretaria da Educação? Precarizar bem a escola para terceirizar, aí haverá uma melhorada e a população irá bater palmas?”.

E SE FOSSE DIFERENTE?

A apresentadora do programa lembrou que a E.E Prof. José Barbosa de Almeida faz divisa com o terreno do futuro Parque do Morro Grande e que, assim, seria oportuno torná-la uma referência para a educação ambiental na região, desde que se revertam situações como o descarte de lixo, de entulho e de volumosos em suas proximidades.

Juçara lamentou que na maioria dos bairros do distrito da Brasilândia não haja fiscalização para combater o descarte irregular de lixo, e criticou a pouca quantidade de ecopontos na região e a falta de informação sobre o dia da passagem do caminhão de coleta de recicláveis: “A Prefeitura não faz trabalho algum de divulgação da coleta seletiva no bairro, nem de conscientização. Daí, manda um caminhão para dizer nas estatísticas que há um rodando e coletando. Não há qualquer orientação sobre os materiais que você deveria deixar para ser levado”.

Maurício Gonçalves assegurou que a comunidade tem se mobilizado para que haja mais ecopontos no bairro.

AUSÊNCIA DO PODER PÚBLICO

“Os gestores têm de pensar na população e não só vim aqui pedir voto. Fazer alguma coisa por essa escola, por exemplo, seria o mais justo”, comentou Maurício. “O Tarcísio [de Freitas, governador] e o Ricardo Nunes [prefeito] vem para ver as obras do metrô, mas e o resto do bairro? A política só vale para construir a estação? Há anos estamos sem estruturas no bairro”, complementou.

O líder comunitário lamentou que a atual gestão da Subprefeitura Freguesia/Brasilândia e os vereadores que se elegeram com grande quantidade de votos da comunidade local não tenham buscado atender as demandas da população: “Eu não vejo muita coisa sendo feita pelo Morro Grande nesta gestão. É preciso um trabalho maior aqui para o bairro crescer, ter vida, sair do abandono”.

Juçara, por sua vez, destacou a função fiscalizadora que compete ao poder Legislativo: “O papel do vereador não é o de resolver os problemas, mas sim de fiscalizar e acionar o Executivo para que a política pública aconteça na prática. Neste caso, por exemplo, seria papel de um vereador cobrar a Prefeitura para que faça a canalização daquele trecho da Avenida Elísio Teixeira Leite para coletar aquela água que fica em frente à escola nos dias de chuva. Onde estão os vereadores que foram eleitos com votos daquela região?”.  

Ao longo do programa, Maurício comentou sobre outras situações que preocupam os moradores da Vila Iara e do Morro Grande, tais como tampas de bueiro quebradas, árvores na iminência de cair sobre casas, e lixos e volumosos acumulados pelas ruas.

Por fim, ele motivou os moradores que façam vídeos sobre as realidades que encontrarem e que os compartilhem nas redes sociais, bem como formalizem as reclamações por meio do Serviço 156.

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