‘Comunidade em Foco’ destaca as ações do IGA em formação profissionalizante

Promover iniciativas com impacto público e social, com foco na redução de desigualdades, desenvolvimento integral de indivíduos e suas comunidades, por meio de uma perspectiva global, com ações locais.

Estes são os focos de atuação do Instituto Global Atitude (IGA), uma organização da sociedade civil, fundada em São Paulo em 2012, que busca fazer pontes entre os governos, o setor privado e sociedade civil, com projetos de profissionalização, voltados especialmente ao público jovem.

“Nós escrevemos o projeto, fazemos a captação de recursos junto ao poder público, seja via políticas públicas, seja via emendas parlamentares, por exemplo, e repassamos estes valores às instituições parceiras nos territórios, organizamos a compra de materiais, a formação de profissionais, a contratação de educadores e fazemos a prestação de contas”, detalhou Carolina Souza, coordenadora de projetos do IGA, que foi entrevistada na edição de 10 de setembro do programa ‘Comunidade em Foco’, apresentado por Juçara Terezinha na rádio comunitária Cantareira FM. No estúdio também esteve Milton Alves, gestor de projetos do IGA.

“Um projeto pode nascer aqui em São Paulo e ser expandido para outras ONGs do Brasil, para cheguem às pessoas no territórios”, explicou Carolina.

CURSOS NA BRASILÂNDIA

Desde o fim de setembro, o IGA está realizando o curso “Escola de Líderes”, com quatro turmas em entidades parceiras no distrito da Brasilândia: o Instituto Transformação Cidadã (ITC), com 23 alunos; a Família Tribo, no Jardim Damasceno, também com 23 pessoas; e o Instituto Primeiro Amor, no Jardim Paulistano, com duas turmas com 23 alunos em cada uma delas.

O curso, que tem o apoio da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, foca em técnicas de comunicação dialógica e digital, postura para entrevista de emprego, montagem de currículo e outras habilidades sociais. Participam jovens de 15 a 29 anos. O encerramento da turma, após 50 horas de aulas, duas vezes por semana, está programado para 18 de dezembro.

“O foco da nossa atuação é a formação profissionalizante para o mundo do trabalho. Há, portanto, uma formação técnica, mas também uma formação de parte humana, que acredito ser ainda mais importante, pois proporcionará a este jovem se empoderar na sua fala, na sua história, no seu território, na sua ancestralidade, para que fale de si mesmo com mais propriedade, além de se portar bem em uma entrevista de emprego, fazer um bom currículo. A ideia é elevar a autoestima destes alunos, fazer com que valorizem a própria história e apresentem seus diferenciais”, detalhou Carolina, destacando que após o curso o IGA busca saber o quanto a formação ofertada colaborou para que estas pessoas encontrassem oportunidade de emprego.

“São cursos que fazem com que a pessoa se entenda como cidadã e saiba que este espaço pode fazer parte da vida dela, se transformar, entendendo-se como um cidadão importante dentro de todo este contexto social”, complementou Milton.

“Quando uma empresa contrata alguém é por troca de saberes. Não é um favor. Por isso, temos de ocupar espaço no mercado de trabalho, pois temos qualidade, algo a oferecer. Quando falamos em empoderar as juventudes é isto: que este público saiba que tem algo a oferecer e as empresas têm muito a ganhar com essa diversidade. Quanto mais diverso for um espaço, quanto mais pessoas tivermos de culturas distintas, quanto mais multiculturalismo houver em um espaço, mais ele é inteligente, criativo e todos têm a ganhar”, prosseguiu Carolina.

EMPODERAMENTO

A coordenadora de projetos do IGA também mencionou um curso que está sendo ofertados a mulheres na zona Sul da capital paulista, em parceria com o Instituto Mulheres do Grajaú, que atua com aquelas que já sofreram algum tipo de violência, principalmente doméstica ou patrimonial, dando todo suporte para que participem do curso. Um exemplo é que as mães podem levar seus filhos até o local das aulas, pois lá ficarão sob os cuidados de recreadoras enquanto elas estudam.

“Essas mulheres são multitarefas em casa, e não é justamente essa virtude que o mercado hoje exige? Uma mulher, em casa, se não tiver boa gestão do tempo, boa gestão financeira, se não for organizada, se não tiver multi-cuidados e não for multitarefas, não vai conseguir sobreviver. Portanto, ela já tem todas as qualidades essenciais para o mercado de trabalho, mas, muitas vezes, não consegue enxergar toda essa qualidade, este fruto que ela dá para a sociedade”, explicou Carolina, destacando que quando a mulher percebe todo o repertório que tem, pode se sobressair na busca por um lugar no mercado de trabalho.  

“A ideia, portanto, é que as mulheres tenham essa autovalorização e possam mostrar isso ao mercado de trabalho”, resumiu Carolina, destacando, ainda, que a participação nos cursos permite que as pessoas façam redes de contato, visitem empresas e conheçam melhor a realidade e as oportunidades dos territórios em que vivem: “No curso de fotografia, por exemplo: será que tem gente na quebrada conseguindo empreender como fotógrafo? E procurando a gente acha! E daí, de repente, se forma uma comunidade de fotógrafos e essas pessoas vão conversando e continuam”.

Carol explicou que o IGA faz parcerias com outras entidades públicas para deixar o projeto mais robusto, como ocorre, por exemplo, para cadastrar os jovens que participam os cursos em programas de empregabilidade, permitindo que os currículos fiquem mais visíveis, como nas parcerias que fazem com o Nube para os mutirões de emprego.

Interessados em saber dos cursos do IGA podem se informar pelo WhatsApp (11) 94353-9571, pelo Instagram (@globalattitude) e ainda no site https://globalattitude.org.br/.

Abaixo, veja a íntegra da entrevista de 10 de setembro no ‘Comunidade em Foco’.