‘Comunidade em Foco’ conscientiza sobre o gesto fraterno de doar sangue

É notícia quase frequente em diferentes meios de comunicação o fato de que os estoques de sangue estão no limite ou abaixo do mínimo necessário em diferentes partes do Brasil. E a razão é muito simples: menos de 2% da população brasileira doa sangue regularmente, conforme dados do Ministério da Saúde.

Adriano Lopes de Oliveira também estava entre a maioria dos brasileiros não doadores. Tudo mudou, porém, quando em novembro de 2018 ele participou de um desafio de voluntariado e doou pela primeira vez. Daí em diante, passou a engajar mais pessoas a fazê-lo: em 2019, por exemplo, conseguiu mobilizar uma caravana que resultou na coleta de 500 bolsas de sangue para um hemocentro.

Àquela altura, Adriano já tinha dado início ao Instituto Amor se Doa. No ano seguinte, veio a pandemia de COVID-19 e uma baixa ainda maior no número de doadores. Foi então que em vez de pensar em levar pessoas aos hemocentros, ele passou a articular para que hemocentros fossem até grupos de pessoas interessadas em doar. Somente em 2020 foram 5 mil bolsas de sangue coletadas. Até o final de 2025, Adriano projeta que o acumulado de doações desde 2018 chegue a 80 mil bolsas de sangue.

“É um trabalho de formiguinha, incansável”, disse Adriano na edição de 10 de abril do programa “Comunidade em Foco”, na rádio comunitária Cantareira FM, apresentado por Juçara Terezinha.

“A pessoa pode fazer este bem, independentemente de sua cor, raça e religião. É um bem sem ver a quem. É pelo bom propósito de salvar vidas. Se cada um tiver o propósito de doar sangue ao menos uma ou duas vezes no ano, já vai ajudar muito”, destacou Adriano.

UM BOM PROPÓSITO NA BRASILÂNDIA

Ação para doação de sangue na Igreja Presbiteriana Independente de Vila Brasilândia em 17 de abril

Em 17 de abril, uma mobilização para doação de sangue foi realizada no Distrito da Brasilândia, com a participação do Instituto Amor se Doa, do Instituto Pedro Henrique de Direitos Humanos e da Igreja Presbiteriana Independente de Vila Brasilândia, onde foi montado um posto de coleta, coordenado pelo Hemocentro do Hospital Sírio Libanês.

A ação resultou na presença de 52 pessoas e 49 bolsas de sangue coletadas, graças ao empenho do Instituto Pedro Henrique na divulgação, como lembraram na entrevista à rádio Cantareira suas representantes, Dinair e Bruna Carolina, bem como ao engajamento da instituição religiosa.

“Nesta ação, mostramos a importância de nos doarmos, como igreja, pelo próximo, fazendo algo que seja significativo. É uma ação voltada a trabalhar pelo próximo, pois este é o nosso dever como cristão”, disse Suemar Baena, presbítero da Igreja Presbiteriana Independente de Vila Brasilândia.

CONDIÇÕES PARA SER DOADOR E IMPEDIMENTOS

Adriano detalha condições para ser doador

Em linhas gerais, podem ser doadoras de sangue todas as pessoas que tenham entre 18 e menos de 70 anos de idade, que pensem no mínimo 50kg e que estejam em boas condições de saúde.

Na noite anterior à doação, recomenda-se que a pessoa tenha dormido de seis a oito horas. Também deve evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação, não ter ingerido bebida alcoólica 12 horas antes, mas precisa ter consumido bastante água.

Quem tenha feito tatuagem a menos de seis meses não pode doar. Já quem teve um resfriado deve esperar até três dias após a melhora para fazer a doação.

As mulheres podem doar sangue a cada três meses e no máximo três vezes ao ano; já os homens, podem fazê-lo a cada dois meses, e no máximo quatro vezes ao ano. Todos estes detalhes podem ser consultados no site do Instituto Amor se Doa – https://amorsedoa.org.

TODOS PODEM PRECISAR UM DIA

Juçara, Adriano, Dinair, Buna e Suemar durante o programa

Anualmente, durante o Junho Vermelho há grandes apelos para a doação de sangue e o mesmo ocorre na proximidade de 25 de novembro, o Dia Nacional do Doador.

“Mas essa atenção precisa ser o ano todo. De dezembro a fevereiro, por exemplo, sempre há dificuldade com as doações, pois muitos doadores viajam. Entretanto, a rotina continua, os acidentes também, as pessoas passam por cirurgia, então as necessidades dos bancos de sangue se mantêm, mas as doações nessa época caem 40% em média”, lembrou Adriano.

Juçara Terezinha, que por muitos anos foi doadora de sangue, defendeu que as campanhas se tornem permanentes, e que essa conscientização das pessoas não venha somente quando amigos e parentes estejam com necessidade de uma doação de sangue.

Suemar Baena comentou sobre a intenção de a Igreja Presbiteriana Independente de Vila Brasilândia realizar novas ações para a doação de sangue: “A ideia é que essa doação seja o primeiro degrau de uma grande escada, para que a gente verdadeiramente faça a nossa parte. O mandamento que o Senhor deixou para nós é que devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. É um mandamento na Palavra do Senhor. E como Igreja, temos que estar firmados nesta questão, para que se torne uma cadeia de que um cuide do outro”.

Screenshot

Por fim, Adriano de Oliveira lembrou que tecnicamente uma doação de sangue pode salvar até quatro vidas, mas o número de pessoas beneficiadas é muito maior cada vez que este gesto de fraternidade ocorre: “Com sua doação, você está salvando a vida de um pai ou de uma mãe desesperada com um filho que precisa de sangue. Você, portanto, está ajudando muitas pessoas”.

Abaixo, veja a íntegra da live sobre este tema na edição de 10 de abril do programa “Comunidade em Foco”.