Cantareira FM abre os microfones para o plebiscito popular; votação termina neste mês

Dar voz às demandas populares é o papel central do Plebiscito Popular 2025. Entre as principais pautas estão a taxação das grandes fortunas e a redução da jornada de trabalho sem corte de salários.

Embora distintas, essas bandeiras convergem para o mesmo objetivo: a promoção da justiça social. A ideia é que aqueles que acumulam grandes riquezas contribuam de forma mais significativa com a sociedade, financiando políticas públicas que atendam à maioria da população.

“A população é a favor que os mais ricos, os milionários, os que ganham acima de R$ 50 mil por mês, paguem mais impostos, para que quem recebe até R$ 5 mil não seja penalizado. Estamos falando de 90% da população brasileira que vive com até R$ 5 mil mensais”, relatou Lucas Oliveira, que integra a secretaria nacional do plebiscito popular, em entrevista ao programa Comunidade em Foco, da rádio comunitária Cantareira FM, em 31 de julho.

No caso da redução da jornada de trabalho, Lucas comentou que a campanha dialoga com o sentimento de grande parte da população, cada vez mais crítica aos modelos exploratórios, como o sistema 6×1. Segundo ele, a luta é por uma vida além do trabalho, valorizando a qualidade de vida em sociedade.

O diálogo direto com a população fortalece a legitimidade do plebiscito, cuja votação prossegue até o final deste mês. O prazo terminaria no próximo domingo, 7, mas foi prorrogado até o dia 30 de setembro.

A FORÇA DA MOBILIZAÇÃO POPULAR

Victor e Lucas falam sobre o plebiscito

Colocar em pauta um plebiscito popular depende diretamente da mobilização da sociedade civil. Mais do que mobilizar, é preciso participar ativamente, já que toda iniciativa nasce de uma ação independente que se transforma em força política.

“Estamos em uma situação de colapso, porque se a gente não fizer algo agora, vão tirar a educação, vão tirar a saúde. Então, eu acho que esse é o momento de agir”, afirmou Victor Seixas, também um dos articuladores do plebiscito, durante o programa que teve a apresentação das comunicadoras Juçara Terezinha e Simone Preciozo.

“A gente acaba criando uma mística tão forte, que mesmo passado muitos anos, muitos tombos e puxadas de tapete, você permanece firme, porque tem uma coisa que vai além de você ser um militante. É uma dimensão da nossa mística, e ela é muito importante, é fundamental para gente não desanimar, para ter esperança”, comentou Juçara.

A campanha de votação vem sendo capilarizada em diversos espaços públicos, como terminais de ônibus, igrejas e centros comerciais, com o objetivo de alcançar o maior número possível de cidadãos.

SOBERANIA NACIONAL E A JUSTIÇA SOCIAL

Victor destacou que o mundo está vivendo redefinições negativas para as pessoas mais vulnerabilizadas, como pode ser percebido no genocídio de Israel contra o povo Palestino, nas medidas autoritárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e nas muitas formas de injustiça social no Brasil.

“Aquele modelo de multilateralismo está mudando. Só que isso, por si só, não vai definir como as coisas vão ficar. O que vai mudar é: enquanto tudo está em transformação, o andar de cima, os ‘Faria Limers’, os bilionários, os banqueiros, os donos de bets, vão aproveitar esse momento para mudar o mundo em favor deles: em favor de pagarem menos impostos, de receberem incentivos fiscais, de explorarem mais as pessoas e o meio ambiente. Nós, que não somos donos de banco, que não somos donos de bets, que não somos bilionários, que não ganhamos mais de R$ 50 mil por mês, precisamos conseguir apresentar a nossa própria agenda também”, disse Victor.

“A soberania, que é um tema muito importante e que o presidente [Lula] tem pautado em resposta aos ataques do Trump também passa pela soberania popular, tem relação com o povo colocar seus interesses na mesa, com o povo colocar sua pauta, sua agenda para o país e lutar por essas transformações”, acrescentou Lucas, destacando que essa participação não se limita ao ato de votar; também envolve disseminar as informações, organizar debates, conscientizar a população.

Os debatedores destacaram que o Plebiscito Popular 2025 é uma forma de dar voz à população brasileira sobre temas que vão permear o futuro do país. É uma verdadeira consulta nacional, a participação na votação é voluntária e tem como objetivo coletar informações sobre temas urgentes, e ir em busca de uma transformação significativa.

“A gente precisa dessa mobilização para que o nosso povo não seja enganado, para que tenha clareza de qual é a pauta principal e cobre do governo, pois quando o povo cobra, a gente respalda as principais ações sociais. Um país não tem que dar lucro. É isso que precisamos colocar na cabeça do nosso povo, que é pobre e defende essas pautas. O país não tem que dar lucro: tem que cuidar bem do seu cidadão. É isso que a gente precisa”, reforçou Simone Preciozo.

POR QUE PARTICIPAR?

Participar do plebiscito garante a luta para a construção de um Brasil mais equitativo, vai a caminho de um pedido de reforma tributária mais justa, até a defesa da qualidade de vida, e ajuda a construir um Brasil mais igualitário.

“O que eu acho importante pensar é o seguinte: deixa o trabalhador decidir. Se ele quiser arranjar outro emprego, é uma escolha dele. O que não pode acontecer é transformar o trabalho em algo escravo. O trabalhador tem que ter independência para escolher. Se numa semana ele quiser fazer um bico e na outra tirar uns dias para descansar, isso é direito dele. A população precisa entender: temos o direito de fazer as nossas escolhas”, destacou Victor.

“Não é uma minoria, que detém o poder econômico, que deve ditar como vivemos. Quem manda na nossa vida somos nós mesmos. Quando eles falam: ‘ah, a gente quer liberdade’.  É a gente que está pensando na liberdade. É o nosso lado que está pensando na liberdade do trabalhador. Então, é o trabalhador que vai escolher o que ele vai fazer nesses três dias que ele vai ter de folga, é isso que é importante a gente colocar”, complementou Victor.

ESTRUTURAÇÃO E FORMAS DE PARTICIPAÇÃO

O processo do Plebiscito Popular está dividido em três fases:

1. Organização: Envolve a criação de comitês populares, coordenações estaduais e a mobilização nas bases da sociedade para organizar a consulta.

2. Votação Popular: Ocorre de julho a setembro de 2025, com a instalação de milhares de urnas e pontos de votação em todo o Brasil, além da possibilidade de votação on-line.

3. Entrega dos Resultados: Após o período de votação, os resultados serão compilados e entregues formalmente ao Presidente Lula, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF), buscando influenciar as políticas públicas e legislativas.

Qualquer pessoa pode participar da votação. Além disso, é possível cadastrar uma urna para coletar mais votos, contribuindo ativamente para a mobilização.

O site oficial https://plebiscitopopular.org.br oferece materiais de apoio, como identidade visual, logos, cards, memes, vídeos e materiais impressos, para auxiliar na divulgação e organização.

Para mais informações, acesse um destes contatos: E-mail plebiscito.popular2025@gmail.com; WhatsApp (16) 98213-4214; e Instagram, Facebook e TikTok (@plebiscitopopular).

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