Localizada no alto da Vila Terezinha, na zona Noroeste de São Paulo, operando na frequência de FM 87,5 no Distrito da Brasilândia e acessada em todo o mundo pela internet e plataformas digitais, a rádio comunitária Cantareira comemora neste mês de setembro 30 anos de resistência, sendo a voz da periferia.

Para demarcar a data, uma programação especial (leia detalhes abaixo), iniciada no domingo, 14, prosseguirá até o sábado, 20, quando haverá o evento comemorativo dos 30 anos, a partir das 14h, com transmissão ao vivo pelo FM 87,5 e demais canais digitais, com a presença de convidados na sede da Associação Cantareira, mantenedora da emissora.

UMA HISTÓRIA DE RESISTÊNCIA

A rádio foi ar pela primeira vez às 18h56 minutos de 8 de setembro de 1995, em FM 102,5, no Jardim Vista Alegre, a partir do ideal de apaixonados pela comunicação popular: Cilto José Rosembach, José Eduardo de Souza e Claudio Trudelli (já falecido), mas foi gestada um ano antes, em conversas com as lideranças das comunidades, associações e grupos culturais.

E não foi algo fácil de se viabilizar: embora naquela época o movimento de rádios comunitárias e rádios livres fosse vibrante e permitisse que milhares de emissoras entrassem no ar, a repressão por parte das forças estatais era implacável, e assim, milhares de lideranças foram presas, outras processadas e equipamentos apreendidos.

Somente depois de muita luta, em 1998 foi aprovada pelo Congresso Nacional a lei 9.612/98 que regulamenta o serviço de radiodifusão comunitária no Brasil. Assim que a legislação entrou em vigor, a Associação Cantareira protocolou o pedido de regulamentação da emissora no Ministério das Comunicações.

Entretanto, a espera foi longa: apenas em 2006 o Ministério expediu o chamamento para as entidades interessadas em executar o serviço de radiodifusão comunitária em São Paulo. Toda a documentação solicitada foi entregue, porém, o processo perdurou por mais de quatro anos. Durante esse período, a equipe de comunicadores da Associação Cantareira se manteve articulada, realizou encontros, participou de um curso de comunicação com extensão pelo Departamento de Comunicação e Filosofia da PUC-SP e elaborou e organizou a programação da emissora.

Finalmente, em 18 de julho de 2010, a Rádio Comunitária Cantareira FM obteve a outorga – licença de funcionamento – operando, assim, de modo regulamentado, e cada vez mais atenta às atualizações das plataformas de comunicação para fazer ressoar sempre mais forte e mais longe a voz do povo da periferia, mesmo nos momentos mais difíceis da história recente, como no auge da pandemia de COVID-19, entre os anos de 2020 e 2022.

PROGRAMAS COMEMORATIVOS

Ao longo desta semana de festa, convidados especiais passarão pelos microfones da rádio do povo. A primeira foi a cantora Naiara Oliveira, que participou no domingo, 14, de um dos programas mais antigos da rádio, o “Meu Caro Amigo”, apresentado por Gilberto Cruz.

Na terça-feira, dia 16, às 10h30, será a vez da escritora Luana Nascimento conversar com os comunicadores Adão Alves e Beto Souza, no programa Comunidade em Foco.

Ainda em 16 de setembro, às 20h, Beto Souza entrevistará o grupo Samba N’Intimidade, que tem como um dos integrantes o filho da vovó Tutu, uma das grandes lideranças da Brasilândia, falecida recentemente.

Na quinta-feira, 18, às 20h, no programa Amizade Aberta, conduzido por Anderson Braz, a entrevista será com um dos principais nomes do rap na região, Mano Choquito.

UM DIA DE FESTA E DE LEMBRANÇAS

No sábado, 20, dia da festa, a programação será especialíssima, com a participação de todo o time de comunicadores da rádio do povo.

Às 8h, Adão Alves e Douglas receberam no estúdio a galera o rock da Banda Santuballi.

Às 10h, Beto Souza conversará com Carlos Mahlungo, cantor e compositor.

Às 11h, a conversa continua com Zulu de Arrebatá

E às 12h, será a vez dos Poetas do Tietê dialogarem com Gilberto Cruz e Simone Preciozo.

À tarde, a partir das 14h, uma programação especial acontecerá no salão da Associação Cantareira, transmitida pela rádio, incluindo o resgate da história da emissora, momentos marcantes destes 30 anos, e apresentações do Samba do Congo, Cantata de Mulheres e Carimbó, além de entrevistas com os convidados.

E antes de cortar o bolo comemorativo, às 19h vai rolar um sarau ao vivo no Programa Oficina Dourada, com apresentação de Antonio Carlos e Adão Alves.

PARA MAIS DETALHES Em razão da limitação de espaço, a participação no evento social comemorativo dos 30 anos é restrita a convidados. Para mais detalhes, entre em contato por: Telefone: (11) 3921-7586 WhatsApp: (11) 97305-2000 E-mail: radiocantareira@gmail.com