No ‘Amizade Aberta’, Manno G fala de sua carreira, canções e ideais

Ele tem 32 mil seguidores nas redes sociais e seus trabalhos já alcançaram 140 mil visualizações no Youtube. A fama, porém, não fez Manno G esquecer de suas origens – ele nasceu na Bahia – nem dos propósitos de lutar por um mundo melhor para o aqueles à sua volta na periferia da zona Norte de São Paulo.
Manno G (@mannogoficial) foi o entrevistado da edição de 14 de agosto do programa ‘Amizade Aberta’, apresentado por Anderson Braz. Na cena musical desde 2002, o cantor e compositor busca dar visibilidade às lutas do povo negro e nordestino, e o faz por diversas sonoridades: rap, rock, forró, arrocha e ritmos nordestinos.

“Eu comecei pelo rap, porque foi o melhor jeito que achei para expressar as preocupações da minha comunidade na época, para poder cobrar as autoridades”, detalhou Manno G, que disse ter diversificado os estilos para poder chegar a diferentes públicos das periferias.
Morador do Jardim Felicidade, no Distrito Jaçanã-Tremembé, ele também é autor do livro “Antologia – universo confuso”, lançado no Brasil e em Portugal, reunindo textos de 18 autores brasileiros, portugueses e moçambicanos, inspirados na canção de mesmo nome lançada pelo artista em 2016.
Manno G recorrentemente se engaja em causas sociais, como as de atenção às pessoas em situação de rua e aquelas com o Transtorno do Espectro Autista. Ele ressaltou que uma população bem-informada “acaba não caindo nas histórias para boi dormir”.

Durante o ‘Amizade Aberta’, Manno G falou de algumas de suas músicas como “Quando eu cheguei por aqui”; “Respeite o nordestino” e “Mudei o jogo”. Nos versos desta última, aliás, há uma síntese de seu pensamento sobre fazer da arte um propósito de vida: “Sou corre, não moda, eu vim pra vencer”.
“Tem gente cantando qualquer coisa só pra chegar na cena musical. Eu até acredito que o Spotify, o YouTube, as redes sociais deixaram o pessoal meio ruim da mente, pois a coisa está assim: não precisa ter qualidade, tem que ter like. Se tem like e tem comentário é bom; mas se é bom, mas não tem like nem comentário, não vale nada, e com isso a qualidade da música se tornou meio descartável”, afirmou criticou o fato de haver rappers que não tem compromisso social e que não valorizam a história do hip-hop, pois só pensam nos ganhos financeiros: “São pessoas que não querem deixar legado, querem ganhar dinheiro”, lamentou.
Abaixo, assista a íntegra da live com Manno G no programa ‘Amizade Aberta’