Ato em defesa da soberania nacional reúne entidades e movimento sociais na Faculdade de Direito da USP

O encontro foi uma resposta direta às ameaças realizadas nos últimos dias pelo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump
Por Vinicius Amaral e Luiza Borgli
Imagens por Elder Oliveira
Ao som de gritos como “o Brasil é dos Brasileiros” e “O Pix é do Brasil”, aconteceu na manhã da última sexta-ferira, 25 de julho, no salão nobre da Faculdade de Direito da Universidade São Paulo, o Ato Soberania Nacional, chamado por diversos movimentos sociais, entidades de classe e organizações da sociedade civil.
O encontro foi uma resposta direta às ameaças realizadas nos últimos dias pelo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, que em carta ao presidente Lula, chegou a dizer que taxaria os produtos de importação brasileiro em 50%, uma ação que afetaria diretamente a economia de ambos os países.
O secretário de administração e finanças da Central Única dos Trabalhadores, a CUT, Douglas Izzo falou à Central de Notícias das Rádios Comunitárias sobre a importância da atividade e como as entidades sociais estão se organizando para defender a soberania nacional.
“O movimento sindical e os movimentos sociais é contrário a esse movimento bolsonarista, que é um movimento entreguista de ‘lesa pátria’ e hoje estamos aqui na Faculdade de Direto no Largo São Francisco para defender a soberania nacional, quem dá a última palavra no Brasil é povo” e ainda disse “A importância do ato é um recado da sociedade civil organizada ao povo brasileiro, primeiro em defesa da nossa soberania e em defesa do estado democrático de direito”, falou Izzo.
O bacharel em direito e militante, Fabrizio Prado, disse à Central sobre importância da participação da juventude na para as mobilizações sociais e como isso é fundamental para o cotidiano e na política.
“É fundamental, já que vimos nas últimas eleições que o Lula venceu por cerca de 2 milhões de votos do Bolsonaro e este número é o número de estudantes que tiraram o titulo de eleitor em 2022. Isso representa que a luta estudantil é enorme; não só no voto mas na mobilização das pessoas. É a força motriz que a juventude traz para as lutas”, disse Prado.
A preocupação dos impactos econômicos está entre as maiores desde que veio a público a carta do presidente Trump. A assessora do Ministério da Fazenda, Ligia Toneto, para a reportagem sobre os impactos da tarifa.
“É difícil entender do ponto de vista econômico porque que essas tarifas fariam sentido uma vez que ao tarifar, por exemplo, o suco de laranja, que é a maior parte que os Estados Unidos importa vem do Brasil, vai só fazer ter escassez lá ou inflação, a carne, os pescados, a mesma coisa com o aço que já vem sofrendo com tarifas e mesmo a Embraer que deve ser uma as empresas mais prejudicadas com isso. Ou seja, a gente tem buscado encontrar caminhos de diálogo após uma carta que já foi enviada pelo governo brasileiro”, falou Ligia
Além disso, a assessora também comentou sobre os esforços que o governo tem feito em abrir diálogos com a Casa Branca
“Temos tentado abrir várias frentes de diálogo organizadas pelo vice-presidente e ministro da indústria do comércio, Geraldo Alckmin, pelo ministro Mauro Vieira do Itamaraty. O ministro Fernando Haddad tem conversado com a equipe econômica dos Estados Unidos também. Mas essa questão tem sido levada pelos Estados Unidos muito no âmbito da Casa Branca que tem capitaneado isso porque nos parece que se trata de uma questão muito mais política do que a econômica”, comentou a assessora.
A vereadora por São Paulo do PSOL, Keit Lima, para a Central de Notícias das Rádios Comunitárias disse sobre os aprendizados que ficam após a ameaça norte-america.
“Acho que eu acho que a primeira lição que a gente toma como cidadãos brasileiros é a luta pela democracia, o fortalecimento da democracia e a soberania do nosso país. Eu acho que algo que está em discussão, que a gente tira como lição, é que não abrimos mão da democracia, a gente não abre mão da soberania do nosso país. A gente segue em defesa do Brasil e segue em defesa da luta pela vida de todos os brasileiros, porque isso afeta principalmente as pessoas pobres das nossas periferias, das nossas favelas” disse Keit. O ato em defesa da soberania nacional reforça o compromisso do governo brasileiro de defender os interesses do Brasil e do povo brasileiro. Que nenhum país tenha seus direitos atacados por outro.
A Central de Notícias da Rádio Cantareira para a vida é uma iniciativa do Projeto “1964-Lembrar para que não mais aconteça”. Este projeto foi realizado com o apoio da 8ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.
Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora